Grécia: Antiga e bela

abril 16, 2017 Unknown 0 Comments


     O que é o belo? Qual a definição de beleza? E por que ela importa? Esses questionamentos são, e sempre foram, objetos de estudo da filosofia, na tentativa de entender seus desdobramentos, e da arte, por se tratar de um conceito cultural. Uma das grandes influenciadoras e responsáveis por parte dos parâmetros atuais foi a visão grega do belo.

         Este seria o bem, a verdade e a perfeição. Uma forma encontrada de se aproximar dessas virtudes era se parecer com os Deuses, seres imortais dotados de poder no mundo material e que assumiam forma humana. Baseados no antropocentrismo, o homem se torna a medida de todas as coisas. A beleza física também era relacionada a inteligência, uma vez que, para ser considerado um cidadão completo, os gregos deveriam ser belos e ter noções de política e arte.

       O renascimento e o neoclassicismo se voltaram a reconstruir as formas clássicas greco-romanas, buscando o equilíbrio e a exatidão nos contornos. O Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci, surpreende pela simetria; Botticelli, no Nascimento de Vênus, resgatou padrões da antiguidade ao usar uma mulher ruiva e mais avantajada, tida como bela na Grécia; a escultura Davi, de Michelangelo, relembra os Deuses e Semideuses musculosos que normalmente eram exibidos nus; Antônio Canova teve boa parte de suas esculturas baseadas em histórias, heroísmos ou Deuses Gregos e por aí vai.

      Juntando as severas normas de estética com o realismo das obras, fundou-se um dogmatismo que afirma que a qualidade do artista está em imitar a natureza. Na esfera social a cobrança se aliou a ditadura da beleza e foi da esfera artística até a publicidade e mídia. E, apesar de diversos movimentos, especialmente a partir do século XX, tentarem acabar com tal protocolo, parte significativa dos ideais de beleza compartilhados antes de Cristo ainda resistem na sociedade.

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